sexta-feira, 30 de novembro de 2012

O que NÃO pode ser dito a nós testadores? Parte III (Final)

Chegamos a última parte do assunto da semana e é claro que não foi somente o top5 que abordei, temos vários outros. Mas, que fique claro que esse não é um tópico que critica desenvolvedores, afinal qualquer expressão mal interpretada pode causar transtornos no dia-a-dia. Querendo ou não, não são só desenvolvedores que compartilham essa opinião.

Infelizmente a área de testes ainda não tem o espaço merecido no mercado, mas felizmente seu crescimento é notável, o que estimula a aquisição de novos testadores e afins, fortalecendo o segmento.


5. O que você quer dizer quando diz que não está funcionando? Funciona na minha máquina.

 Deixei essa por último, pois com certeza todo testador já ouviu isso antes. Muitos aindam não sabem que um único sistema pode ter vários comportamentos, onde vários fatores influenciam como: hardware, usuário, entrada de dados e outros.
 Nesses meus quatro anos que estou na área, já ouvi isso várias vezes, mas como acredito que já pode ter acontecido com todos, nem sempre estamos certo, pode ser que por algum ponto deixado para trás, foi executado o teste de forma indevida e logicamente o resultado não foi o mesmo. A questão é que sempre devemos ficar atentos quando identificado um bug, pois ambos os lados podem ter deixado algo passar, pode ser um parâmetro não informado, um componente não atualizado, um commit não executado, um rollback com falhas, entre outros.
  Nesse momento é necessário um certo cuidado com o que é dito um para o outro, pois ninguém quer receber a culpa e pode ser aí que as insinuações começam e geram conflitos, basicamente é a partir desse ponto que criaram o mito de que desenvolvedores e testers não se dão bem. A maioria sempre tem um desenvolvedor que não é lá muito gente boa, mas sabemos muito bem que trabalhar de forma conjunta e não ficar rolando a culpa torna o ambiente agradável e o trabalho fica mais produtivo.

Pra finalizar colocarei aqui algumas que também não podem ser esquecidas:

  • Por quê você não encontrou isso?
  • Acredite em mim, está funcionando.
  • Eu mesmo testei, então não precisa se preocupar.
  • Testar não é um trabalho de verdade.
  • Você é um QA? É sua obrigação garantir que o sistema seja de alta qualidade.
  • Eu tenho certeza que esse bug foi corrigido.
  • Você deve ter feito alguma coisa errada.
  • Usuários normais não executam esse cenário.
  • Seu teste não é válido, pois funciona no ambiente de desenvolvimento.
  • Estava funcionando ontem.
  • O problema está entre a cadeira e o teclado.
Espero que tenham gostado do post, foi meio corrida a semana, mas deu pra concluir.


 

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

O que NÃO pode ser dito a nós testadores? Parte II

Chegando na segunda parte do post de ontem, e continuando com aquelas expressões que com certeza fariam nosso dia melhor se não existissem. :D
 
 
3.      O que você está fazendo é chato pra caramba, então você deve estar tão entediado que não consegue aguentar.

Isto com certeza é um mito dos grandes, mas esse mito é fácil de explicar sem deixar dúvida. Todo trabalho pode passar por momentos entediantes, mas quando é feito algo que se gosta o tédio deixa de existir. Há também grupos de discussão, artigos e até mesmo blogs, que estão aí pra mostrar que testar é um trabalho que gera motivação e em nenhum momento faz parecer chato.

Michael Bolton fez uma citação que expressa bem essa situação, ele diz que testar é algo que fazemos com a motivação de descobrir novas informações, que é um processo de exploração, descobertas, investigação e aprendizado. Quando nós configuramos, operamos e observamos um produto com a intenção de fazê-lo evoluir ou com a intenção de reconhecer o problema que não foi previsto, estamos testando.

 

4.      Não seria bem mais fácil uma máquina fazer isso?

A resposta desse pergunta vai depender do que será feito, mas mesmo se a resposta dessa pergunta fosse “Sim”, quem poderia administrar a automatização? Quem iria analisar os resultados? Quem iria definir a ferramenta a ser utilizada e decidir onde e quando seria implementada? Isso não se compara a necessidade dos testes manuais. Máquinas podem fazer muitas coisas, mas substituir testadores não é e nunca será uma dessas coisas.

Ao restante da semana, será postada a última parte... Não tive tempo de concluir nessa segunda parte, mas falta pouco para concluir a parte final...

terça-feira, 27 de novembro de 2012

O que NÃO pode ser dito a nós testadores? Parte I


Conhecemos bem alguns ditados na que nós testadores nunca devemos falar, uma das mais famosas expressões, é: “O software não possui defeitos”. Sabemos muito bem que isso é um mito e que nenhum software está livre de defeitos, pois é desenvolvido por nós seres humanos, seres propícios ao erro.

Então seguiremos para outro ponto de vista, o que NÃO pode ser dito a nós testadores? O que deve ficar claro para quem utiliza teste de software no ciclo de vida de um projeto. O que pode esclarecer o ponto de vista de amigos, familiares, colegas de trabalho ou qualquer um interessado no assunto sobre coisas que não devem ser ditas.

Alguns pontos que devem ter uma atenção maior:
 

1.       “Você pode apressar os testes e terminá-los rápido”? Estamos com o prazo curto.

Um bom testador sabe que isso impacta diretamente na qualidade dos testes e impactando a qualidade dos testes, quem no final terá a qualidade comprometida é o produto como um todo. Por esse motivo, não deve “ser apressado”. Ser apressado é diferente de ser ágil, se perceber que o tempo não é suficiente, comunique o mais cedo possível, para que possa ser analisado o que será feito de acordo com o prazo.

Se os testes tiverem atrasos para serem iniciados, eles serão menos efetivos. O ciclo de vida do desenvolvimento deve ser sincronizado aos testes, afinal, testes geram retrabalho, esse que é exponencialmente maior à medida que os defeitos são encontrados.
 
2.      Prometa-me que não existem defeitos no sistema, certo?
Sabemos muito bem que o que deve ser dito de imediato é: “Errado”. Nenhum sistema está imune a defeitos. Isso nem precisa ser dito aos bons testadores, mas como dizem, quanto mais você lê, mais difícil se esquecer.
De fato, é praticamente impossível esquecer essa “regra” e muitas vezes as pessoas esquecem, por esse motivo deve estar explicitamente claro, tanto para a equipe, quanto para o cliente.
Temos que garantir a qualidade que pode ser medida a partir da quantidade de defeitos encontrados. Qualidade essa que pode ser muito bem explicada por um conceito básico: Quanto menor o número de defeitos encontrados, maior a qualidade e vice-versa.
Sendo assim, deixe as promessas para a equipe de marketing e vendas e continue testando conforme a realidade que conhecemos.

Ao longo da semana serão postados os demais pontos.